31 de agosto de 2010

Concurso Modelismo Náutico / Museu Marítimo de Ílhavo 2010/2011


1.º Concurso Modelismo Náutico / Museu Marítimo de Ílhavo 2010/2011

1. No sentido de promover a cultura náutica como forma de expressão da cultura marítima, em geral, e instrumento de consolidação do projecto sociocultural do Museu Marítimo de Ílhavo (MMI), em especial, a Câmara Municipal de Ílhavo institui o Prémio de Modelismo MMI, com periodicidade bienal.
2. A atribuição do Prémio de Modelismo MMI decorre de um concurso de modelismo náutico subordinado a um tema/género de embarcação.
3. O 1º Concurso de Modelismo Náutico do Museu Marítimo de Ílhavo decorre entre 8 de Agosto de 2010 e 18 de Maio de 2011.
4. O Concurso é aberto a todos os interessados, com idade a partir dos 16 anos, inclusivamente.

CRONOGRAMA

8 de Agosto de 2010 - lançamento do concurso
1 de Setembro a 15 de Outubro de 2010 – inscrição para candidaturas
18 a 30 de Abril de 2011 – recepção dos trabalhos
18 de Maio de 2011 - exposição e entrega de prémios

Podem consultar o regulamento aqui. E também a ficha de inscrição. O prémio é de 4000€.

30 de agosto de 2010

"A Espada e a Rosa" na Caravela Vera Cruz

Não deixem de ver este pequeno excerto do filme "A Espada e a Rosa" de João Nicolau e rodado na Caravela Vera Cruz.
Recorde-se que este filme irá estrear no prestigiado Festival de Veneza, já em Setembro.

A ESPADA E A ROSA: "Come to see our vessel" from o som e a fúria on Vimeo.

27 de agosto de 2010

REgata do Centenário da República - Marinha do Tejo

É já no próximo domingo (29 de Agosto) que se realiza a regata do centenário da República, organizada pela Marinha do Tejo e que contará com inúmeras canoas, faluas e catraios. as embarcações tradicionais do Tejo largaram do Parque das Nações, rumando à Moita.

Aqui vos deixamos o programa e o belo cartaz desta iniciativa.

06:00 - Concentração no Cais da Moita, onde se implantou a República a 4 de Outubro de 1910, um dia antes de Lisboa.
06:30 - Início do Desfile e Passeio das Embarcações da Marinha do Tejo até à Marina do Parque das Nações (Preia-mar às 06:29).
08:00 - Chegada à Marina do Parque das Nações. As Embarcações deverão entrar na Marina e dirigirem-se para a Posição de Estacionamento que vai indicada no documento anexo.
14:30 - Saída das Embarcações da Marina do Parque das Nações com deslocação para a zona de Largada da Regata. As Embarcações deverão pairar a montante da Linha de Largada, definida pelo Bóia CR8 e pela a Bandeira da Marinha do Tejo, hasteada no Cais da Porta do Tejo no Parque das Nações.
16:00 - Largada da Regata pela seguinte ordem:
16:00 – Faluas e Canoas;
16:05 – Catraios;
16:10 – Embarcações em passeio
18:00 - Hora prevista de Chegada das Embarcações ao Cais da Moita (Preia-mar às 18:44)

7º Congresso da Associação European Maritime Heritage no Seixal


A Câmara Municipal do Seixal, através do Ecomuseu Municipal, organiza o 7º Congresso da Associação European Maritime Heritage (EMH), nos dias 23 e 24 de Setembro de 2010, no Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal.
Através da sua organização, o Ecomuseu Municipal visa promover a troca de experiências e o desenvolvimento da cooperação entre museus marítimos e outras entidades envolvidas no conhecimento, na salvaguarda e na valorização do património marítimo, prestando particular atenção à necessidade de encontrar formas de estimular o interesse dos jovens pelo património, fazendo com que os mesmos participem activamente na definição dos programas de natureza patrimonial.Mais informações podem ser pedidas através do EcoMuseu do Seixal e do email: ecomuseu@cm-seixal.pt

9 de agosto de 2010

Cursos de Patrão Local na Aporvela

Os próximos cursos para a obtenção da carta de patrão local iniciam-se a 14 de Setembro e 6 de Outubro. Pode fazer já a sua inscrição para geral@aporvela.pt!
Curso 1:
14-09-2010 a 16-11-2010

Exame: 26-11-2010
Aulas teóricas: 3ª e 5ª feira, das 21:00 às 23:00
Aulas práticas: 16-10, 30-10 e 20-11

Curso 2
06-10-2010 a 06-12-2010
Exame: 18-12-2010
Aulas teóricas: 2ª e 4ª feira, das 21:00 às 23:00
Aulas práticas: 26-10, 13-11 e 04-12

6 de agosto de 2010

Tall Ships em Hartlepool e muitos portugueses

Os grandes veleiros estão a chegar a Hartlepool no Reino Unido depois de terem largado de Kristiansand na última etapa da Tall Ships Races 2010 que se iniciou em Antuérpia e ainda passou por Aalborg.
Neste momento um português navega no Tecla que ficou em terceiro lugar na classe B.
Em Hartlepool inicia-se mais uma regata até Amesterdão e sete jovens portugueses vão embarcar no tall ship búlgaro Kaliakra para mais um intercâmbio cultural integrado no programa Juventude em Acção ao qual a Aporvela se candidatou. Um outro jovem vai embarcar na escuna holandesa Eendracht.
Também em Hartlepool vai estar o Santa Maria Manuela que faz a sua estreia nas andanças do sail training e dos grandes eventos de tall ships. Vai ainda participar no Sail Amsterdam e no Sail Bremerhaven

5 de agosto de 2010

O Gazela volta a navegar!

O Gazela voltou voltar a navegar no Oceano Atlântico, algo que já não fazia desde 2005 devido a graves problemas no leme. O navio conta agora com 104 anos de actividade
O Gazela Primeiro, propriedade da Philadelphia Ship Preservation Guild, vai navegar até New Bedford e Nova Iorque. Esta associação conta com 250 voluntários que são responsáveis pela manutenção do navio. Os voluntários ganham o direito a velejar no navio depois de perfazerem 50 horas de manutenção.
O director da associação já referiu que existem planos para navegar até Portugal, mas só depois de grandes obras de recuperação.
Vejam a notícia aqui e aqui.

4 de agosto de 2010

Navio Gil Eannes atinge 500 mil visitantes

O Navio Hospital Gil Eannes, que se encontra atracado há 12 anos na antiga Doca Comercial de Viana do Castelo, atingiu no passado dia 1 de Agosto 500 mil visitantes.
A Fundação Gil Eannes, proprietária do navio que se encontra em exposição pública desde o dia 19 de Agosto de 1998, tem vindo a registar uma média anual de 40 mil visitas constatando-se, que o Gil Eannes continua a ser o local preferido dos turistas.
Nos espaços museológicos, o visitante é “transportado” para a década de 50/60, pela demonstração da prática da medicina naquela época, bem como, a vida dos pescadores que durante seis meses pescavam nos mares da Terra Nova e Gronelândia o tãoapreciado bacalhau, e pela realidade da construção naval vianense.
Para além de navio museu, o Gil Eannes disponibiliza um simulador de navegação com imagem visual de Viana do Castelo; alguns quiosques multimédia localizados no percurso de visita acedendo a registos fotográfico e documental sobre a história do navio e da pesca do bacalhau; salas de exposições e reuniões, loja de recordações e uma Pousada de Juventude, localizada nas antigas enfermarias, camarotes de médicos e enfermeiros,com capacidade de 65 camas.
A Fundação Gil Eannes regista neste momento 500.668 visitas e a Pousada de Juventude, gerida pela Movijovem, regista desde Agosto de 2003, 30 mil dormidas.
O navio pode ser visitado todos os dias a partir das 9.00h.
Mais informações em www.fundacaogileannes.pt

Foto do navio Gil Eannes em 1955, saindo de Viana do Castelo para a sua primeira missão

3 de agosto de 2010

Santa Maria Manuela nas Tall Ships Races

O Santa Maria Manuela largou no passado domingo da Gafanha da Nazaré rumo a Hartlepool, no Reino Unido.
O SMM vai participar na North Sea Tall Ships Regatta até Ijmuiden e, daí, seguirá para Amesterdão e para um dos maiores eventos náuticos do mundo: o Sail Amsterdan que só se realiza de cinco em cinco anos.
O Santa Maria Manuela é o único veleiro português presente nestes eventos.
Recorde-se que o lugre foi recentemente recuperado e, terminada esta iniciativa, o SMM irá iniciar uma nova fase, designada de turismo cultural de vocação marítima.

2 de agosto de 2010

II Carta do André Melo a bordo da Sagres

O mau mar,

Ao mar bom, estamos todos habituados, é como andar na rua, uma rua com vista para o mar, uma que se mova com ligeireza. O pior é quando este se cobre de tons cinza, uns mais escuros outros claros, quando o mar parece ganhar vida, espuma, rasgos de água em direcção ao céu, ondas desalinhadas.
A nave que nos transporta, fica cansada, e com ela toda a tripulação. Os olhos ganham olheiras e as mãos frieiras, alguns estômagos ficam vazios e outros ganham a coragem e habilidade de os substituir.
Navegamos de pano às costas, ou praticamente. O vento enche as velas pelo bordo que nós não queremos. A força do vento é 6, muito fresco. A ondulação de 3 metros vem de sudoeste e é exactamente para onde queremos ir. Temperados por estes ingredientes, que em tudo se opõem ao que seria favorável; movemo-nos a marcha lenta, a máquina dá o que pode, não passamos dos 2 nós.
O som do hélice deixou de ser constante e passou a ser semelhante a uma batedeira que revira as claras em busca do castelo. O som não está assim tão sinistro, mas como não tenho música para escutar, fico atento a outros menos úteis. Aproveito para admitir que cheguei ao ponto de saturação em relação à corneta de alvorada matinal, adorava que esta fosse acidentalmente lançada para o mar, a solução seria; o marinheiro vocalizar o som da sua corneta, ou, substituírem esta, por colectâneas de música popular portuguesa, “as doce”: são sete da manhã.

Tokio,

Foi quente e a humidade foi insuportável, mas tempo, tempo em horas e dias, esse foi óptimo. A luz ficou retida como os reflexos de um móbil. Imaginem o contraste entre o ocidente e o oriente espelhado no reflexo das torres de vidro ao som dos vendedores que gritam à porta de superfícies comerciais, conversas e suspiros nesta língua.
Talvez a distancia a que o meu país se encontra deste, seja sinónimo da diferença cultural. Bem sei que Marrocos é já ali a sul e que as semelhanças, também são raras, pelo menos para alguns. Na realidade, eu acho que os portugueses são apenas uma espécie de marroquinos disfarçados, usamos uns costumes europeus.
Aqui a diferença é genuína, o meu mau cheiro faz sentir-se no metropolitano, os japoneses afastam-se. Aqui senti-me enegrecido, não quero com isto fazer qualquer tipo de comentário pejorativamente racista. Foi bom sentir-me estranho, a condição de viajante a baixo custo, e com poucas condições de camarata, temperaram este odor ocidental, deve ser semelhante ao que os nativos sentiram na chegada do jesuíta.
Defino o contraste entre os espaços luz e sombra; obras-primas da arquitectura moderna, torres de vidro, o mercado de peixe no coração de Tokio, local onde a vida marinha é vendida com vida, onde o chão é de pedras irregulares e nunca puderam ser substituídas, este mercado não pode parar, a luz é pouca, entra pelas antigas clarabóias do telheiro alto e escuro, a construção é antiga e em ferro.
A vida ilegal de Shinjuko; as tascas alinhadas por becos e ruas por onde apenas se caminha em fila. São restos, linhas esquecidas, afogadas no meio da imponente arquitectura moderna. Confesso que este foi o meu alvo, não fui a templos com relevância histórica ou turística. Procurei erros, falhas no urbanismo, lugares inevitáveis que sempre foram aproveitados por negociantes, fascinantes, alguns antigos e intocáveis por outros, que não sejam família ou descendência. Quem dita o destino destes lugares, são os clientes costume, seres solitários que esgotam algo, há anos, nestes mesmos bancos sobre a bancada corrida onde apenas cabem 7 ou 8 de cada vez. Comem-se espetadas cozinhadas apenas pelo dono, trocam-se umas palavras num inglês bárbaro, lembram-me que foram os portugueses os primeiros a aqui chegar, ficam estupefactos quando represento por desenho o navio onde estou. O dono grita para o andar de cima, um tubo incrustado na parede, não imagino quem seja a criatura interlocutora, a que vai espetando os víveres no palito, sei que quem os trás deve ser filho, pelo menos tem traços semelhantes. Não podia ter tido melhor companhia neste lugar; o meu amigo bernardo, ambicioso futuro chefe de cozinha, cumpre os requisitos fundamentais de viajar, provar e observar, admite pensar em culinária 90% do tempo, anseia por revolucionar Lisboa. Bernardo Agrela, chefe convidado no hotel de Tokio Four Seasons, veio para dar a provar o que do seu país melhor se apropria nesta cidade.
Na “tasca” de Shinjuko, eu fiquei fascinado por comer pequenas fatias de bife cru, túbaros de porco, espetada de paredes de estômago, o Bernardo, ficou fascinado com o alho francês grelhado, temperado com umas gotas de soja.


AM
Barca, Lat34N Long138E, 30 de Julho de 2010