4 de setembro de 2008

Crónica de uma jovem tripulante

Olá outra vez!!! Já não escrevo no meu blog há muito tempo, pois fui, imaginem lá; aos Açores!!!!!
Parti no dia 29 e voltei no dia 14. Fiquei, sabem onde??? Numa réplica de uma caravela!!!!!!!
A minha mãe já lá estava por isso eu fui lá ter de avião com mais uns tripulantes que iam lá ficar também. Fomos a S. Miguel, ao Faial e à Terceira. Foi brutal!!!!!!!!!!!!!!!!!
Quase nem tenho palavras para explicar como foi. Éramos 22 ou 23. Todos os dias de manhã às oito tínhamos de estar a tomar o pequeno - almoço. Haviam sempre pessoas que ficavam na cama até bem mais tarde. Sabem o que acontecia a essas pessoas? Eram acordadas com uma corneta!!!!!!! Nunca me aconteceu mas o cozinheiro já me obrigou a levantar aos berros!!!!!!!!!
Na caravela havia sempre um conjunto de pessoas que fazia turnos de trabalho, em que lavava a loiça, limpava as casas - de - banho... Quando estávamos de serviço dizíamos que estávamos de quarto. Cada quarto (nome do conjunto de pessoas que estavam de serviço) tinha um chefe (chefe de quarto). Durante o dia faziam - se turnos de 6 horas e à noite faziam - se turnos de 4 horas. Havia o Q1, o Q2 e o Q3 (Quarto 1 2 e 3) Como eu não tinha feito nem a viagem de ida nem a na viagem de volta; o meu nome não estava na tabela que dizia o nome dos tripulantes e o quarto a que pertenciam. Resumindo: eu não fazia nada. Então cheguei ao pé dos membros de um quarto e disse: ''Quero pertencer ao Q3''. E eles começaram com aquela conversa de: '' Ah, o Q3 não é para quem quer; é para quem pode '' e '' Temos de reunir e discutir e fazer -te perguntas '' E eu disse: '' Eu não me importo de lavar a loiça todos os dias '' E eles responderam logo: '' Estás admitida!!! ’’.
A viagem de Ponta Delgada até ao Faial, demorou um dia e uma noite. E a Caravela não parava à noite, por isso os quartos tinham de fazer vigilância à noite. Ao meu quarto calhou o turno das 4 às 8 da manhã. Eu perguntei à minha mãe se podia fazer o turno, pois eu queria ver o nascer do sol. A minha mãe disse que talvez fosse melhor eu não acordar logo às 4 porque era muito violento. Fui dormir às 21:30 e pus o despertador para as 4. Acordei duas vezes durante a noite a pensar quando tinha de me levantar.
Chegou a hora de acordar. Como já tinha dormido vestida, quando acordei pus umas meias, uns sapatos e um casaco quente. Estava a preparar - me para subir as escadas quando de repente o meu chefe - de - quarto de vira para mim e me diz assim:
_ Onde é que tu vais???
_ Eu estava a pensar em ir lá para cima - disse eu.
_ Pois mas como tu tens menos de 15 anos só fazes metade do quarto. (das 6 às 8 da manhã). Eu acordo - te antes de o sol nascer.
E lá fui eu outra vez para a cama.... Voltei a acordar por volta das 6 da manhã; e passei o tempo quase todo a dormir. A Caravela foi aos Açores para fazer umas recriações históricas sobre o povoamento das ilhas. E nós tivemos que nos vestir à época, caso contrário tínhamos de ficar escondidos para não sermos vistos pelas câmaras. Quase toda a gente se vestiu (incluindo eu). Já eu tinha tirado a roupa e posto a roupa normal, quando disse à minha mãe: '' Eu vou passar - me por água doce. Não vou tomar banho ''.
Passado um bocado voltei a dizer isso por uma razão qualquer e um Chico esperto que me ouviu e começou a puxar - me. Entretanto pediu a outro para me molhar com a mangueira!!!!!!!!!!!!! Eu levei um mega banho!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! E tive que ir tomar um banho com direito a sabão, champô e amaciador!!!!!!! Mas foi muito giro. Conheci óptimas pessoas lá e estava sempre divertida. Entretanto passámos um dia no Pico. Aquilo é lindo!!!!!! Não é poluído, não há o barulho da cidade. Visitámos museus sobre as baleias que pescavam antigamente. Ao princípio torci um pouco o nariz mas depois adorei!!!!!!!
Na Terceira fomos ver o Algar do Carvão. É um vulcão, que não está activo e entra - se lá dentro. Olha - se para cima e vê - se a chaminé do vulcão!!!!!!!
No Faial fomos a um bar muito conhecido lá chamado PETER'S. Agora também existe uma loja. Qualquer pessoa que vá ao Faial vai ao PETER'S. Fomos também ver o vulcão dos capelinhos. No meio de tudo aquilo chegou uma nau espanhola; também para as recriações. Chamava – se nau Vitória. A nau não tinha frigorífico, não tinha água doce nem quente e tinha um lava - loiças mínimo!!! Mas os tripulantes da nau eram muito simpáticos.

Agora já sabem um destino para as férias: Açores!!!!!!! E de preferência na Caravela ''Vera Cruz''!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Rita Baptista

Caravela Vera Cruz nos Açores


30 dias de mar para celebrar os 540 anos do Povoamento das ilhas dos Açores e participar na festa das Portas do Mar.
De 3 a 14 de Julho a Vera Cruz e a tripulação participaram nas reconstituições históricas do Povoamento dos Açores realizadas em São Miguel, no Faial e na Terceira e na festa de inauguração das Portas do Mar, a nova infra-estrutura da frente marítima de Ponta Delgada.
A viagem durou 30 dias, com partida e chegada a Lisboa. A primeira ilha a ser povoada foi São Miguel, o primeiro porto de paragem foi Ponta Delgada, onde a Caravela chegou dia 26 de Junho. Esteve no porto da Ribeira Quente entre os dias 2 e 5 para, em frente à Vila da Povoação, realizar a primeira reconstituição com a simulação do desembarque de Gonçalo Velho Cabral e com a erecção de um padrão na costa. Esta cerimónia foi transmitida pela televisão. Toda a tripulação participou trajada com fatos de época.
No dia 5 de Julho, regresso a Ponta Delgada para novo “desembarque” no Domingo dia 6 de Julho, no cais dos cruzeiros, nas Portas do Mar. Este “desembarque” ao qual assistiram milhares de pessoas, recriou a chagada à ilha de novos habitantes: famílias de povoadores, religiosos, mercadores, escravos, saltimbancos e também dos comerciantes e vendilhões de toda a espécie de produtos. Animada por tamborileiros e gaiteiros, a festa partiu da Caravela e estendeu-se a todo o cais, animada pelo teatro, música e baile.
A viagem para o Faial foi feita entre 8 e 9 de Julho. No dia 10 e já na Horta, a nau espanhola Vitória juntou-se à Vera Cruz para mais uma reconstituição, desta vez a recriação histórica da chegada dos Flamengos. Ao desembarque na baía da praia do Porto Pim seguiu-se um cortejo pelas ruas da cidade da Horta até à Igreja de Nossa Senhora das Angústias, que terminou no Castelo de São Sebastião com uma ceia medieva
Na Terceira de 12 e 14, a Caravela ficou ancorada no Porto de Pipas para a reconstituição que se realizou no dia 13 e que desta vez tinha por tema “Uma escala na rota da Índia”. A viagem de regresso a Lisboa foi feita com pouco sol e muita humidade. A Caravela chegou na madrugada de dia 21.
A Caravela recebeu a bordo várias centenas de pessoas nos períodos em que esteve aberta para visitas. Muitos curiosos, velhos amigos, associados da Aporvela pelas Ilhas, alunos de escolas do primeiro ciclo e as suas professoras e ainda alguns convidados de honra como a Directora Regional do Turismo, a Presidente da Câmara de Ponta Delgada, que retribuiu a apresentação de cumprimentos e ofereceu uma placa com as armas da cidade. No Faial veio a bordo os Presidentes da Câmara Municipal da Horta, e na Terceira o Presidente da Câmara de Angra do Heroísmo.
Tripulação: José Inácio, Pedro Duarte, Nuno Torres Paulo, João Duarte Silva, Rui Costa, Pedro Gusmão, Bartolomeu de Gusmão, Mafalda Borges, Luís Pinto Machado, Marta Tavares, Francisco Vargas, André Santos, Maria João Pinto Baptista, João Velho da Palma, Marco Wallenstein, Diogo Azevedo Coutinho, Marta Valente, Joana Melo Ribeiro, Luís Vargas, Maria Lobato, Cristina Ferreira, Jaime Antão, João Baracho, António Pinto Correia, Pedro Pinto Correia, João Maia, Catarina Vasconcelos Pereira, Rita Baptista, Inês Pinto Machado, e Eugénio Ribeiro.